terça-feira, 22 de junho de 2010

Galápagos: A recompensa do swell


Depois de quase uma semana de poucas ondas em San Cristobal, Galápagos, já estávamos desesperados sem saber o que fazer naquele pequeno vilarejo que são as ilhas.


Nos primeiros sete dias de viagem pegamos somente algumas horas de surf, que geralmente aconteciam na maré cheia, depois tínhamos que ser criativos para passar o tempo. Alternávamos entre bicicleta, checar a previsão, kayak, corrida, checar a previsão, ler e checar a previsão...


Umas vinte vezes por dia olhávamos a previsão para ter certeza que o swell de Noroeste previsto para os próximos dias ainda estava lá a caminho.


Na segunda-feira, as previsões começaram a mostrar um swell de com cerca de 2 metros para quinta-feira cedo. Sendo assim, aproveitamos a terça-feira para conhecer o interior da ilha, ótimo passeio. Na quarta-feira planejávamos conhecer a ilha de Santa Cruz, porém a terça foi tão cansativa que por algum motivo nós não levantamos para ir comprar o tal do ticket para a outra ilha na quarta cedo, sorte nossa!


Por volta das nove horas levantamos para tomar café e não acreditamos quando saimos do quarto. Nosso hotel ficava na parte alta da cidade e nos outros dias, não era possível ver o mar direito de lá, por causa da distância.


Porém, nesse dia, vimos uma série quebrando perfeita e grande. Não acreditei! Peguei o binóculo e era verdade, havia onda! Engolimos o café da manhã correndo e em 20 minutos lá estávamos nós, correndo contra o relógio, colocando a roupa de borracha e estudando o melhor jeito de entrar em El Canon.


Lá não existe praia, somente um parcel de pedras, onde você precisa descer e ficar esperando uma calmaria. Por duas vezes achei que era uma boa hora para entrar e acabei dando uma rolada nas pedras, faz parte!


Alguns minutos negociando com as ondas e leash e lá estava eu remando depressa para o fundo. Maré enchendo, séries constantes, terral, ondas de até 2 metros na série e, prestem atenção, ninguém na água! Estava tudo muito perfeito, não é?


Você quer um defeito? A água estava muito, muito gelada, mas depois de uma semana esperando por essas ondas, isso virou só um detalhe imperceptível. Meu amigo Felipe logo chegou ao outside para também aproveitar esse momento.


Uma vez no outside você precisa ficar esperto com a corrente que fica o tempo todo te puxando para o Sul, sentido de Loberia. Várias vezes, nos outros dias, vi algumas pessoas desatentas ficarem muito para a esquerda e serem pegos pela série. Outro fator que pode ser usado como referência é uma laje que fica a uns 300 metros para dentro do mar, as séries sempre quebram lá primeiro e servem como uma indicação que as ondas estão vindo.


O surf foi ótimo, pegamos muitas ondas nesse dia. Depois de umas duas horas chegaram mais duas pessoas, um amigo americano, professor da faculdade de Galápagos e um turista, surfista italiano. Tinha onda para todo mundo e ainda tinha a facilidade do canal para voltar ao outside. Mesmo cansado eu não tinha coragem de sair da água, ainda mais depois de tanto tempo esperando pelas ondas.


O swell rolou até o sábado, dia em que íamos embora e com certeza ele mais do que compensou a primeira semana de poucas ondas. Os próprios locais disseram que fomos sortudos por termos pego aquelas ondas sem ninguém na água. Aliás, eles gostam de surfar, mas parecem que não gostam de acordar cedo, chegavam para surfar sempre perto da hora do almoço. Melhor para nós!


Sem duvidas a trip para Galápagos valeu a pena, o lugar além de ter um clima super tranquilo proporciona um surf de qualidade, paisagens super exóticas e uma boa dose de cultura!

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