O big rider brasileiro José Otávio Pires de Carvalho, 30, é uma das maiores feras do bodyboard mundial.
Nascido em Minas Gerais, mas radicado em Itacoatiara (RJ), o atleta despontou aos 15 anos, quando foi registrado pelas lentes do fotógrafo Fred Rozário executando um belo backflip.
A foto foi parar na capa da revista Style e também na Fluir Bodyboard, encarte que antigamente acompanhava a revista.
A partir daí a carreira deslanchou. Em 1997 veio o título Brasileiro na categoria Profissional seguido de performances memoráveis em vídeos de bodyboard.
Confira abaixo a entrevista de Otávio, em que ele conta porque saiu dos cenários das competições e focou na busca por ondas grandes.
Por onde andou José Otávio nestes últimos anos?
Eu só não estava competindo, mas sempre treinando. Viajei pelo Chile, México, Tahiti, só não estava mais participando de todos os campeonatos.
Você chegou a ter uma lesão na coluna? Isso foi um dos motivos que você te afastou mais? Como foi o tratamento?
Não chegou a ser uma lesão, eu tenho lordose e escoliose, são dois desvios, mas eu comecei e ter dores e fiquei me cuidando por um ano, agora estou melhor. Eu fiz fisioterapia e natação.
Gostaríamos que você comentasse uma onda sua de alto impacto: o 720º aéreo, o primeiro registrado no mundo. Quantas vezes você já acertou? Quanto tempo até acertar?
Olha, acertar só foi aquele, depois cheguei a mandar outros, até mais perfeitos, só que batia na base da onda e não aguentava o impacto. Eu não demorei a acertar, pois tinha tentado poucas vezes, foi até rápido para acertar aquele, só que depois eu fiquei mais focado em melhorar as outras manobras.
Fala um pouco mais sobre o projeto da Que! Life Style de Gustavo Camarão, um dos primeiros a filmar o esporte no país em condições extremas e os vídeos que ajudaram e muito a exibir o que você pode fazer nas ondas.
Acho que este projeto foi espetacular poder mostrar um lado do esporte que pouco se via em competições aqui no Brasil. Muita gente de fora do país ficou e fica até hoje impressionado com as ondas dos filmes, muitos nem acreditavam que tínhamos ondas deste tamanho no Brasil.
Por que você não se foca nos circuitos Mundial e Brasileiro?
Acho complicado competir em ondas ruins para o esporte e que eu não gosto de surfar. Segundo, ter grana de alguém te apoiando para não ter muitas chances, não vale muito a pena. Ano que vem vou competir as etapas nas melhores ondas e a perna européia e o Brasil para completar, mas meu foco é no Hawaii, Chile e Canárias.
Você acha que a conduta da IBA e CBRASB está sendo correta na promoção do esporte para o mundo? O que acha que está bom e o que acha que deve melhorar?
Acho que eles estão fazendo um Circuito Mundial muito bom, pois tem eventos em ondas boas, com espera, e eventos em ondas mais incertas, com público. Isso coloca o esporte em diversas condições. Só creio que um calendário antecipado e preciso ajudaria muitos atletas em sua organização.
Em relação aos atletas... Você acha que a Associação dos Bodyboarders Profissionais pode ser uma boa saída para uma reestruturação do esporte, assim como foi no surf com a criação da ASP (Associação dos Surfistas Profissionais)?
Pode ser uma saída sim, desde que os atletas estejam dispostos a criá-la.
Você é um dos responsáveis pelo alto nível do bodyboarding brasileiro. Em quem você se espelha para obter grandes performances? Quem são os melhores do mundo e do Brasil em sua opinião?
Eu me espelhei muito em caras como o Mike (Stewart), Guilherme (Tâmega) e o Paulo Esteves quando comecei. Hoje em dia eu tento pegar um pouco de cada um, mas é difícil ter uma pessoa em quem eu me espelhe somente. Tem muita gente com alto nível. Acho difícil falar em melhores, tem muita gente boa.
Quem são seus patrocinadores?
Respect Bodyboards e Que! Life Style
O que é o bodyboarding para você?
Representa muito na minha vida, muito do que eu vivi de bom foi graças ao fato de ter começado no esporte.
Deixa um recado para os fãs que acreditam no seu potencial.
Que continuem acreditando em mim e obrigado por apoiarem, incentivarem e motivarem meus treinos.
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